Publicado em 12/04/2012
Atualizado em: 19h42min
"É impraticável ter UTI neonatal em cada maternidade", diz diretora.
"É impraticável ter UTI neonatal em cada maternidade", diz diretora.
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, o número de leitos de UTI neonatal na região é mais que suficiente. Mas, dessa vez, todos estavam ocupados. A mãe do bebê chegou a passar mal e precisou ser amparada pela família no enterro. Todos estão revoltados com a demora em conseguir um leito de UTI neonatal.
Cauã nasceu prematuro de sete meses na segunda-feira, com apenas 1, 350 kg. A gravidez da mãe já era de risco. O laudo médico da Fusam mostrou que a criança precisava de suporte respiratório e de cuidados especiais de UTI neonatal. O hospital não tem essa estrutura e pediu a transferência do bebê. Somente à noite a família teve uma resposta. "Só conseguiu a vaga depois que a Vanguarda esteve lá no hospital. Aí sim foi arrumado duas até. Uma lá em Santo André e uma em Lorena. Só que daí já era tarde", comentou Rosimar Isabel Prado, avó da vítima.
O estado diz que disponibilizou a vaga às 18h desta terça. Segundo a prefeitura, o hospital de Caçapava não tinha uma UTI móvel para fazer a transferência. A ambulância foi enviada pelo hospital de Santo André. Mas a criança morreu antes de ser transferida. O relatório médico aponta que a criança teve parada cardiorrespiratória. Morreu às 22h20. "A gente fez o que pôde e acabou não fazendo nada, né. O menino morreu e o prejuízo está aí", lamenta a avó.
As vagas do sistema único de saúde estão divididas da seguinte forma: Lorena e Pindamonhangaba têm 7 leitos de UTI neonatal cada uma. Em Guaratinguetá, há 6 vagas. Taubaté e Caraguatatuba têm 10 leitos cada. Em Jacareí há 8. E em São José dos Campos, 20. Totalizando as 68 vagas.
Uma UTI neonatal deve ter respiradores, monitores cardíacos, bombas de fusão, e uma equipe especializada de médicos e enfermeiros de plantão. Segundo a diretora médica do Hospital Municipal de São José dos Campos, somente hospitais de referência têm essa estrutura. E por isso muitas vezes eles trabalham no limite. "A gente tem uma ocupação, mais de 90% da UTI. Ela é cheia. Porém, existem períodos e intervalos curtos que podem estar mais vazios. É impraticável ter uma UTI neonatal em cada maternidade. Por isso que existe um cálculo de leitos necessários para a região dependendo do número de nascimentos previstos", explicou a diretora médica Lin Hung Hua.
A prefeitura de Caçapava informou que o município só possui convênios para atendimentos em casos não tão graves. Sobre a demora na chegada da ambulância, a prefeitura disse que não possui o veículo, porque ele também faz parte de atendimentos de casos graves. Mas a Secretaria Estadual de Saúde informou que cabe, sim, à prefeitura, fornecer o transporte por ambulância. A Fusam não comentou o assunto.
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